domingo, 5 de setembro de 2010

Momentos Pertubadores dos Games

Por possuir uma narrativa completamente diferente da apresentada nos livros ou filmes, os videogames sem dúvidas nos proporcionam momentos realmente inesquecíveis. A maneira com que nos colocamos na pele dos personagens muitas vezes nos prega peças. Cria-se um vínculo com aquela criatura digital, de maneira que seus temores e angústias acabam nos impregnando, diretamente.

E por conta disso resolvi fazer uma seleção com algumas das cenas mais angustiantes e perturbadoras dos videogames. Algumas tratam de elementos sérios, como suicídio, sacrifício e perda de entes queridos, enquanto outras tratam do vínculo de diferentes personagens ou o uso de terror psicológico em outros momentos.


Final Fantasy VI – O suicídio de Celes

Tristeza pouca é bobagem!
A série Final Fantasy sempre foi conhecida por possuir uma narrativa impecável. Apesar dos gráficos simples oferecidos nas gerações passadas, os games traziam consigo uma carga emocional bastante pesada, em alguns momentos até depressiva. Foi o que aconteceu com Final Fantasy VI. O game colocava em pauta inúmeros questionamentos como gravidez na adolescência, famílias separadas, órfãos em busca de seus pais perdidos e até mesmo eutanásia.

Em uma das cenas mais memoráveis do game, o jogador era colocado no controle da personagem Celes. Após uma verdadeira catástrofe criada pelo vilão Kefka, o mundo do game acabou sofrendo bruscas modificações. Continentes se dividiram, vulcões entraram em erupção e toda a sorte de problemas viera à tona depois que uma das estátuas que mantinham o equilíbrio do planeta foi tirada do lugar.

Toda essa desgraça acabou isolando os personagens Celes e Cid em uma ilha deserta, desprovida de comida ou qualquer outro tipo de ajuda. Gravemente ferido, Cid permanece deitado em uma cama, dentro da única cabana existente no lugar. Na tentativa de manter o velho senhor vivo, Celes passa a buscar alimento na praia, pescando. Infelizmente todo esforço acaba sendo em vão, e Cid não resiste aos seus ferimentos.

Desiludida e desorientada, Celes sobe até o topo de uma montanha e lá toma a difícil decisão de dar cabo de sua própria vida. A guerreira não morre e, graças a um milagre, ela aparece viva na costa da ilha. A decisão de manter a personagem viva certamente foi tomada como forma de tentar amenizar a tensão envolvida na narrativa. Ainda assim, é difícil citar algum outro game que tenha abordado temas tão delicados, e com uma narrativa tão bem feita e séria, apesar dos gráficos quase infantis.


Chrono Trigger – Dando a vida para nos salvar

Sequência ganhou ainda mais impacto em sua versão animada
Akira Toriyama é conhecido por apresentar ao mundo personagens extremamente carismáticos, ainda que uns parecidos com outros. Sabe como é, cada um tem o Mauricio de Souza que merece! Fato é que parte deste talento foi emprestado ao excelente Chrono Trigger, game de RPG desenvolvido pela Square Enix (na época somente Square) para o Super Nintendo. O game colocava o jogador em um mundo onde magia e tecnologia se encontravam por meio de viagens no tempo.

O fato é que mais uma vez a empresa usou um tema mais maduro como ferramenta narrativa e desenvolvimento da sua história. Em dado momento, Chrono e seu grupo ficam frente a frente com Lavos, uma criatura vinda do espaço que age como um gigantesco parasita, sugando toda a energia vital do planeta e extinguindo a raça humana, causando um futuro desolador. Como todos os ataques do grupo são em vão, Chrono decide usar uma arma mágica adquirida no passado na tentativa de frear o avanço do gigante parasita. Porém, para que isso seja necessário, Chrono precisa dar sua própria vida em um ataque suicida.

O resultado é catastrófico. O herói acaba perdendo a sua vida enquanto seus parceiros, angustiados, tentam buscar uma solução para tal fatalidade. Felizmente o grupo acaba achando uma solução: o Chrono Trigger! O objeto mágico que dá nome ao game permite que um momento do tempo seja revivido, dando a deixa para que o Chrono Original seja substituído por um clone no momento de sua morte. Um fato curioso é que é possível terminar o game sem reviver o personagem principal. Alguém lembra que algum outro título onde isso seja possível?


Final Fantasy VII – Uma morte revoltante

Triste...
Deu para perceber que a Square Enix adora uma desgraça, não? Deixar o jogador com um peso na consciência ou simplesmente boquiaberto frente a uma situação prá lá de desesperadora parece ser uma das especialidades da empresa. E quem jogou Final Fantasy VII sabe muito bem como é isso. A história do game é dividida entre Cloud, um soldado que se volta contra uma empresa que explora de maneira predatória os recursos do planeta e Aeris, uma jovem proveniente de uma linhagem de seres que possuíam um contato íntimo com a natureza.

Enquanto o desenvolvimento de Cloud como personagem é um pouco demorado, e às vezes até chato, Aeris acaba se destacando logo no início. A jovem de cabelos castanhos esbanja carisma, tornando-se um ponto de extrema importância para a trama desenvolvida pela Square. No extremo oposto temos Sephiroth, um soldado de elite que começa a questionar sua própria origem, tornando-se um dos mais odiados vilões do mundo dos games. Mas porque essa fama?

Em dado momento, Aeris decide usar seus poderes oriundos de uma raça anciã, na tentativa de usar o poder do próprio planeta na luta contra o mal. Para isso ela conta com a White Materia, uma pedra que concentra imenso poder, capaz de irradiar o mal por completo nas mãos certas. Pois eis que durante a sua tentativa de salvar o mundo, surge do alto Sephiroth e com um rápido golpe crava sua longa espada no peito de Aeris, atravessando-a na frente de todos. A cena é revoltante e acabou se tornando um ícone no mundo dos jogos.








Shadow of the Colossus – AGROOOOOOOOooooo...

Uma das cenas mais chocantes do game
Se tem uma coisa que o Team ICO consegue fazer é criar algo extremamente emocional como ferramenta de narrativa. Seus jogos mal possuem diálogos, mas as ações mostradas na tela às vezes valem mais do que livros inteiros. Isso porque o game é repleto de sutilezas, pequenos detalhes que vão aos poucos se montando na mente do jogador, criando um sentido muitas vezes subjetivo, que acaba ganhando um significado único para cada um que o experimenta.

Outro ponto importante nos jogos criados por Fumito Ueda é o vínculo do seu personagem com algum outro ser. Em ICO você precisava tomar conta de Yorda, uma garota aprisionada e que acaba se tornando fundamental para o desenvolvimento da trama. Já em Shadow of the Colossus o personagem principal Wander conta com a companhia constante de seu cavalo, Agro. A dupla sai em uma busca épica, onde o objetivo é exterminar os últimos colossos presentes na terra, na tentativa de reviver a jovem Mono.

Assim como acontece em ICO, o jogador acaba criando um forte vínculo com Agro. O animal não só serve como montaria e transporte, mas participa ativamente das batalhas, muitas vezes chamando a atenção dos adversários, dando brecha para que o guerreiro dê cabo dos gigantes de pedra. Porém, próximo do fim do game, o inesperado acontece. Ao tentar pular de uma ponte, Agro acaba perdendo o equilíbrio, jogando Wander para frente. Seu fiel companheiro acaba salvando a sua vida, em troca da própria. A cena do cavalo caindo do precipício certamente chocou os mais sensíveis, principalmente após nos afeiçoarmos à dócil criatura.




Silent Hill 2 – A aparição de Pyramid Head

Um dos jogos mais perturbadores já criados pela mente humana. Silent Hill, desde o seu primeiro capítulo, sempre teve a sua história totalmente calcada nos transtornos psicológicos de seus personagens. Como alguns devem saber, a cidade nada mais é do que um espelho que reflete o que há de mais sombrio na alma de seus habitantes. Não é a toa que várias das criaturas do primeiro game remetem a crianças deformadas, cães em carne viva ou vermes de carniça. Afinal, esta pode muito bem ser a realidade vivida por uma criança que teve todo o seu corpo queimado e ainda foi mantida viva por um longo tempo.

Já em Silent Hill 2 nós entramos na mente de James Sunderland. Após receber uma carta de sua esposa já falecida, James decide ir até Silent Hill, sob a promessa de reencontrá-la. Não demora muito para que estranhos acontecimentos tomem conta do local. Manequins em pedaços andando e golpeando, estranhas criaturas que vomitam uma pegajosa substância corrosiva, enfermeiras de corpo escultural, mas face totalmente deformada... tudo na verdade é um reflexo da culpa sentida por James. No fim do game temos uma revelação bastante impactante, deixando o jogador de boca aberta.

Porém uma das coisas mais perturbadoras de todo o jogo, e talvez de toda a série, é o personagem Pyramid Head. Trata-se de uma personificação do próprio James, criado a partir de seu sentimento de culpa, suas atitudes como marido e o desfecho no qual se deu seu casamento. E sua primeira aparição no game é sem dúvidas um dos momentos mais tensos. Imagine você, preso em um apartamento totalmente escuro e sem energia elétrica. A única fonte de luz é proveniente de uma pequena lanterna presa ao bolso da sua camisa. As paredes estão lotadas de bolor, tudo o que é de metal está corroído e as sombras parecem querer engolir você.

Em dado momento, você vai andando em direção ao fim do corredor. De longe você percebe que tem alguma coisa ali, mas não é possível identificar exatamente o que é. Ao chegar mais perto, o terrror: um ser abominável com uma roupa bastante suja e lotada de sangue, com uma estranha pirâmide no lugar da cabeça. A descrição pode parecer sem graça, mas a primeira visão do principal vilão do jogo é aterrorizante, dada a ambientação criada por seus produtores. Grande parte do terror vem inclusive dos efeitos sonoros e ''música'', usada no momento. Infelizmente Silent Hill perdeu bastante de sua essência, tornando-se um jogo de sustos e não de extremo medo psicológico, como era originalmente.
http://www.youtube.com/watch?v=vprETGvyShM


 Resident Evil 2 - Adaaaaaaaaaaaaaaaaa

Resident Evil foi uma grande franquia de Horror onde cenas memoráveis estão guardadas na memória de cada jogador, infelizmente hoje a franquia perdeu o seu espírito inicial e se tornou um jogo de ação. Mas dentre varias cenas pertubadoras que ocorreram ao longo da franquia como a aparição do primeiro zumbi em Resident Evil 1, A tentativa desesperada de Rebbeca para salvar Bily em Resident Evil 0, a transformação de Steve em Code Veronica foi em Resident Evil 2 a mais marcante. A cena em que Ada morre para salvar Leon foi a mais emocionante na franquia. Agora o que é inexplicavel e talvez mais pertubador ainda é como ela sobreviveu.
http://www.youtube.com/watch?v=d0BzXKCAWwc


Silent Hill - A transformação de Lisa

Dentre cenas pertubadoras, não existe quem ganhe de silent hill. O jogo é pertubador por si só, a cada passo que você dá a sensação de desconforto toma conta do jogador. Em uma historia cheia aterrorizante cheia de Ocultismo e Misticismo não era para menos. E ao progredir no jogo, o protagonista e tambem o jogador criam um vinculo com a bela enfermeira Lisa, a cena em que ela se transforma com o rosto coberto de sangue é indescritivel, e ver ela implorando por socorro e Harry não tendo opção a não ser tranca-la em um quarto sozinha é angustiante.http://www.youtube.com/watch?v=LJHP4MK9CtY

Agradecimentos a Final Boss.com

3 comentários:

  1. Excelente post, dá para ver que a square era a campeã na hora de emocionar os jogadores, ainda faltam vários momentos, como a morte de kid em chrono cross ou o sacrifício de Blank em FF IX.
    A lista ta perfeita!

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  2. Excelente post, um dos melhores do blog... Parabéns

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  3. Muito boa a lista, eu acho o final inteiro do Shadow Of The Colossus bem impaquitante e totalmente inesperado.

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