
“Piece Of Mind” é uma obra que representa várias coisas. Recheado de clássicos, esse álbum é o momento em que o som do Iron Maiden casa de vez com o estilo vocal de Bruce Dickinson, é o momento em que a banda melhor desenvolve sua capacidade de compor melodias marcantes sem perder o peso característico de seu som e é, acima de tudo, o trabalho que melhor define a sonoridade da banda, aquele que melhor exemplifica tudo o que o Maiden é. A não menos clássica “Revelations” traz a primeira contribuição de Bruce à banda enquanto compositor. E que contribuição. Um dos mais belos temas da carreira do Maiden, com melodias maravilhosas, um dos melhores trabalhos vocais de Mr. Air Raid Siren, aliados a passagens rápidas e pesadas, como manda o bom e velho heavy metal. “Flight Of Icarus”, a música seguinte, é outro clássico, mais cadenciada e radiofônica, mas não menos excelente. Diz a história que Steve Harris queria uma versão mais rápida e pesada da canção, mas Dickinson insistiu que a música ficasse daquela forma, pois achava que assim ela faria mais sucesso no mercado americano. O rock mais direto de “Die With Your Boots On” é impossível de ser ouvido de forma quieta e passiva. Não bastasse toda a energia dessa música, os solos são excelentes, o baixo estala nos ouvidos durante a canção inteira e as notas atingidas pelo vocal são impressionantes.Na seqüência, temos a música que melhor define o que é o som do Iron Maiden. “The Trooper” é, de fato, um ataque da cavalaria, onde a banda atinge um dos momentos mais entrosados, senão o mais entrosado, de toda a sua discografia. O baixo e a bateria percorrem a canção inteira em harmonia perfeita. As melodias grudam na cabeça, a performance vocal, como se observa até hoje nos shows, é capaz de levantar qualquer audiência. E é praticamente impossível escolher no duelo de solos dos guitarristas, aquele que se sai melhor. Um clássico atemporal do heavy metal. A parte ‘menos famosa’ de “Piece Of Mind” se inicia com a semi-balada “Still Life”, única com participação do lendário guitarrista Dave Murray na composição. A música começa com uma mensagem invertida, ironizando as histórias de que o Maiden e outras bandas traziam em seus discos mensagens que, quando rodadas ao contrário, traziam alusões ao satanismo. Nesse caso, a mensagem trazia algo como “não mexa com aquilo que você não entende”. A canção em si é uma música maravilhosa, pouco executada pela banda, com uma levada marcante, belas melodias e mais um excelente trabalho vocal de Dickinson. “Quest For Fire” talvez seja a ‘menos boa’ do disco, mas em se tratando de “Piece Of Mind”, isso está longe de ser uma música ruim. O andamento mais cadenciado e o vocal quase operístico dão o tom de mais uma excelente música, com todas as características que conferem à Donzela sua sonoridade inconfundível.Não há pontos negativos a se ressaltar em “Piece Of Mind”. Pode-se até apontar alguma coisa que tenha ficado melhor que a outra, mas dizer que há algo sem qualidade nesse disco é um tanto arbitrário. A banda mostrou com esse trabalho que é possível abordar temas clássicos do heavy metal, como guerras e personagens mitológicos, de forma inteligente. Trazendo todos esses temas, além de incursões na literatura e até em citações religiosas, o disco traz algumas das letras mais bem sacadas da Donzela. A capa talvez não seja a melhor de todas, mas a expressão de loucura do Eddie lobotomizado tornou-se uma das ilustrações mais clássicas relacionadas à banda. O andamento é um pouco mais cadenciado em relação a outros discos da banda. Qualquer um que vivenciou o metal na primeira metade dos anos 80, desde a molecada da época até os mais experientes, já gastou algumas horas de sua vida colocando “Piece Of Mind” para tocar, e para tocar de novo, e de novo, e mais uma vez. Por mais que alguém não goste do disco, se esse alguém nunca balançou a cabeça ao som de pelo menos uma das músicas desse álbum, ainda que uma única vez na vida, essa pessoa não pode dizer que sua experiência com o heavy metal esteja completa. “The Number Of The Beast” e “Powerslave” são os discos de estúdio mais famosos e aclamados da banda, mas é justamente o álbum que separa esses outros dois que pode ser dito como o que melhor expressa o que é o som do Iron Maiden. Depois de 25 anos completos, dá para dizer que além de ser a obra que melhor resume o som da banda, “Piece Of Mind” também é a síntese do que é o heavy metal clássico.
Fonte: whiplash
Nota: 10
Embora meu preferido do Maiden seja o The Number Of The Beast, o Piece of Mind não fica muito atrás!! O Iron Maiden lançou varios clássicos seguidos na década de 80 e esse álbum junto com o PowerSlave representa o áuge da banda.
ResponderExcluirNota:10
Bruce Dickson se da melhor em carreira solo,
ResponderExcluirnota 5
Acredito que gosto e igual #@%$?/, por isso acho que realmente e um grande album, mais ainda fico com os dois primeiros albums da carreira do maiden,(iron maiden)(killers),Paul Di'Anno e o cara e dai nasce tudo que até hojé se faz presente. nota 8
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